Convido-o, tal como nós, a pôr as mãos no óleo.

Ser proprietário de um Land Rover é muito mais do que possuir o nome inscrito em qualquer título de propriedade. É gozá-lo na plenitude, disfrutando das várias oportunidades que estes veículos nos dão para melhor os conhecer, quer conduzindo-os, quer a mantê-los, e até a repará-los.
Não será esta a razão porque os Land Rover são os veículos mais conhecidos no mundo? Mesmo nos locais mais inóspitos?
Não será esta a razão porque os Land Rover são os veículos com maior número de aficionados?
Neste blog, pretendemos dar a conhecer a nossa experiência debaixo deles, quer mantendo-os, quer aperfeiçoando-os, ou até a repará-los.
A isto se chama 'acarinhar'.
E para isso, temos que pôr as mãos no óleo, convidando-o também a fazê-lo.

Acarinhe o seu Land Rover.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Roda na porta, ou porta na roda?

O título presta-se mesmo a um trocadilho, todo ele repleto de verdade.

Uma das imagens que permitiu durante largos anos identificar de olhos fechados um veículo todo-o-terreno foi, sem dúvida, a roda sobressalente montada sobre a porta traseira.
Nos Land Rover, quase todos os modelos corroboraram desta imagem, só banida do nosso quotidiano com os últimos modelos da marca, que apelido de 'jipes maricas'. E da fama ninguém os livra : até nem podem com a roda às costas!


Maricas à parte, só quem nunca abriu e fechou amiúde uma porta traseira equipada com um pneu 7.50x16 montado em jante de aço, é que não valorizará o acessório que agora apresento.

Trata-se de um dos muitos acessórios disponíveis para equipar veículos Land Rover, este fabricado na Austrália pela Kaymar, para substituição do suporte de roda original. Apesar de nas imagens estar exposto o modelo para o Defender, o fabricante dispõe também de soluções para o Discovery I, II e III.



Trata-se de um sistema articulado, extremamente robusto, funcionando sobre um pivot provido de rolamento cónico com afinação de aperto.

O sistema foi estudado ao pormenor. Destinado a ser apoiado no chassis onde utiliza os furos pré-existentes, dispõe também para além de todos os parafusos de fixação, de uns contrafortes em aço para reforço dos pontos de aperto.



Possuo um sistema destes montado desde 2001 com resultados excelentes, nomeadamente ao nível da poupança da porta traseira, que se encontra praticamente nova.

Quando o montei, achei que poderia melhorar o sistema colocando juntas de borracha com tela entre todas as peças de aperto do suporte de roda e o chassis. Desta forma eliminei vibrações e fricções abrasivas entre metais.
Outro aspecto a ter em conta, é o de utilizar todos os pontos de aperto. Um deles, por debaixo do 'rear cross member', requer a abertura de um furo. É obrigatório fazê-lo, sob pena de partir o chassis nesse ponto.



Tratando-se de uma peça cara, este suporte vale bem o seu preço, e não tem comparação em robustez a qualquer outro modelo no mercado.

De uma coisa tenho a certeza. Não corro o risco de 'montar' a porta na roda!

Sujar ou não... Eis a questão


Por vezes dou comigo a pensar, porque carga de água tenho eu tendência a chafurdar no óleo. Poderia dar-me para pior,... ou talvez não.
Também não creio que seja genético. Nos machos da família não encontro alguém com tão especial (considero eu) tendência. O meu pai não é assim. Prevejo ter herdado este karma do meu tio Bernardino, ciclista afamado, e doido por lambretas. Tinha várias Lambretta e algumas NSU. Todas elas impecáveis de se ver. E de andar também.

Mas não. A razão fundamental não pode ser esta.

A Razão não tarda em lembrar-me :

- Não abunda nas tuas algibeiras quantidade tal do vil metal para, em vez de te pintares de preto, mandares alguém por ti fazê-lo...
- Ah, pois é... - penso eu. Sim, mas não só - concluo!

A apetência provém de gostar de veículos feios, mal jeitosos, desconfortáveis, que babam óleo, fora da moda (usam a mesma fatiota há mais de 50 anos). Mas andam. Andam sempre. Foram baptizados com o nome de Land Rover.

A segunda razão, é a óleoterapia. Relaxa-me.

A terceira, última mas não menos importante das razões, é a de constatar que, não foram poucas as vezes em que paguei para outros se sujarem (e bem, diga-se), ficando convencido que teriam sido resolvidas as causas do meu queixume (pelo menos paguei para isso), mas apenas se preocuparam com os efeitos.
O resultado foram anomalias reincidentes, com o correspondente milagre dos custos : o da multiplicação.

Pesa-me contudo a consciencia. Os meus filhos, neste assunto, parece seguirem-me as pisadas.

Sinto-me feliz por isso.